Como filha de Saturno, o tempo nunca me fez aflição até aqui. Sua passagem, sempre senti como a coisa mais natural do mundo e muitas vezes cheguei a me espantar com o incômodo que causava a muitos.
E agora, é a minha vez.
Pareço uma calculadora diante do universo com minha relação de coisas a fazer antes do gran finale. Sou capri e esse humor que chamam de negro me é natural, e o seu conteúdo, 100% verdadeiro.
Algumas muitas dessas coisas todas, habitam o meu mundo subjetivo há anos luz, mas precisam virar livro prometido, conversa, álbuns contadores de histórias que vivo, para a menina com nome de flor, para quem construo memórias feito bordado.
Tentar entendimento mais uma vez e outras mais com quem sobra amor, mas nos falta comunicação que flua em confiança e humor.
Acreditar que a esperança não vai ser esmagada por um mata borrão cansado e que o encontro salvador vai sim acontecer. Como não?! Buda, orixás, ancestrais, sereias, se puderem, me convençam, por favor ou me façam incorporar um luminoso goela abaixo com palavras piscantes que deixem claro o veredito do cosmos.
Fora a fuga do colágeno com a qual o tempo nos presenteia, e que faz você concentrar esforços para se reconhecer, no meio de macias e indefinidas formas que não desistem em desafiar a gravidade. Posso rir ou em alguns momentos sorrir para esta novidade que deve estar aí há tempos, mas que percebi há pouco. E rezar para não perder a poesia do olhar.
Hoje ganhei de um pisciano, sonhos de padaria, que me pareceram embrulhados em metáforas, e poéticas flores secas cor violeta, existentes apenas na minha imaginação.
Existe pressa mas também o desafio de deixar as águas correrem naturalmente, pois com a natureza, se faz é comunhão, disso eu sei.
Se nada acontecer, também não tem essa importância toda. Tenho no coração e na pele o livro doloroso que não sei se sou capaz de escrever, o encontro, a construção das memórias com a pequena, a possibilidade de entendimento que não depende das palavras. Não tenho pendências, talvez com exceção de uma, em relação à ninguém. Porque vou me buscar nas histórias, me conto e reconto. Vou atrás do que possa abençoar minhas dores mostrando-me o que vim aprender. Não tenho resistência psiquica e nem nada que me diga para simplesmente passar a foice. Não sei fazer isso, não quero aprender.
A Lua está em Peixes, ganhei sonhos de padaria e escrevo como que na água. Sinto tudo, me deixo levar, ouço música que me põe a chorar, a compaixão toca tudo, traz entendimento quando ganho perspectiva e retomo minha fé.
A Lua dos Peixes faz bons escafandristas, mesmo que fugazes.
E os embates diários, lutando para conservar sonhos, me parecem no mínimo desconcertantes, e tenho um grito que ainda não sai.
Nossa Senhora dos Amores. Nossa Senhora do Silêncio.
Por favor, nos façam companhia.
#LuaPeixes #Sonho #Compaixão #Fé #MônicaBergamo #Astrologia
Arte: Hulya Osdemir
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