OLHA PRÔ CÉU SEXTA, 17.

Virou lugar comum falar da tensão dos dias, mas é fato. Isso não significa que a tensão dissolva todo o resto. Mas precisamos ter olhar para tudo. Focar apenas na dificuldade e na incerteza, não é real. Existem possibilidades, experiências que ainda não aconteceram, criatividade e potência.

Temos a nossa existência e um mundo para reestruturar com as nossas ideias e ações, não importa de que tamanho. Tudo tem sua qualidade e seu valor.

Se penso numa imagem para este momento, me vem aquelas pontes construídas sobre rios transtornados. Pontes de madeira, capengas, sustentadas por cordas desgastadas.

E a gente precisa atravessar, enfrentar a instabilidade, porque do lado de cá da ponte, o que existe é esgotamento.

A natureza nos mostra todos os dias sua capacidade de recuperação. Tantos anos de maus tratos e com um breve descanso as águas voltam a ficar limpas, espécies praticamente em extinção reaparecem. O céu se mostra azul onde o cinza dominava nos últimos muitos anos.

Vulcões despertam, nos chamando atenção para a força das corredeiras de fogo, que existem em aparente invisibilidade e silêncio.

E é esta força, que flui em fogo, que precisamos encontrar dentro de nós mesmos, pois é ela que vai nos ajudar nas profundas transformações que um viver mais saudável, digno e justo nos aponta.

Precisamos respirar nossos receios e tensões para que VIDA nova possa surgir. Precisamos reaprender muita coisa. Existe muita história em cada um de nós que nos capacita a viver esta transição e ampliação de consciência.

Cada um de nós, se houver flexibilidade, vai ocupar um novo lugar em si mesmo. Cada um de nós vai relembrar de si mesmo ao permitir-se movimento. E aí acontece a transformação.

Seja você. Aquele do qual nem se lembra mais, permita-se!

A força vem de dentro, reconheça-a, para que possa se sentir em segurança a partir de sua originalidade.

Se discipline no sentido de não embarcar em situações que trazem seus ombros próximos das orelhas de tanta tensão e cada músculo doer quando respira.

Ou será que sou só eu? Não sou.

Mas depois de muita sofrência, juro procês, já saio avisando que não contem comigo para me embriagar de energia psíquica tóxica, da loucura que se alimenta do comportamento repetitivo daquilo que está provado, sucumbiu. De quem é incapaz de olhar no olho e falar a verdade. E isso pode ser com quem for. Não sou daquelas que se nega a olhar para as evidências, mesmo de quem eu mais ame. E espero que façam o mesmo comigo.

Não dou conta deste show de horror e não quero dar. Me retiro de corpo e alma após uma vida de esforços em tentar oxigenar feridas.

Agora, acolhimento de quem é de verdade e não está apenas sustentando um estar falido de ser, pode vir que tem.

É passado o tempo de sermos de verdade. O plano anterior, que foi vendido a todos e comprado por muitos, de que é preciso ter ao invés de ser, graças à todas as deusas, não vingou.

Estou dizendo isso, não para contar pessoalidades, mas como que para ilustrar que é preciso que cada um reconheça suas dificuldades e sua força. Elas andam juntas o tempo todo em maravilhosa engrenagem, se houver liberdade para ser. E isso ninguém nos oferece. É projeto pessoal para um bem estar coletivo.   

Para quem cultiva defesas, por receio da dor, esta não é a melhor estratégia. Temporariamente, pode até ser como mecanismo de proteção. Mas precisamos evoluir e apenas o autoconhecimento nos fornece a força que precisamos para seguir em frente. Seja lá a ferramenta que escolher e que faça sentido para você. Invista em autoconhecimento.

O céu segue em sua tarefa de nos fazer questionar e desmanchar crenças que não fazem mais barulho de coração batendo forte nem barulho de chuva.

Sinta em você o que é massa falida e o que é VIDA. Num primeiro momento é susto, mas logo mais começa a tomar gosto em se ter nas próprias mãos, a serviço do seu propósito.

Muitas e muitas coisas não dependem de vc mas faça a sua parte, faça o seu melhor, firme este pensamento, não abandone porque está difícil. Por acaso viver por aqui tem sido fácil? E olhe, fomos nós que construímos, com participação ou ausência.

Conecte-se à sua intuição, fonte de sabedoria. Traduza suas percepções. Pegue aquele caderno do qual tantas vezes falo e anote. O que aparentemente não tem nexo, o que parece claro, o que te amedronta, o que acredita precisar manter, seus desejos que considera inomináveis, a VIDA que quer bordar em sua alma, aquela conversa que ficou faltando.

Invista na comunicação, na medida do impossível, faça-se entender. Explique de novo, não permita aqueles silêncios que se tornam assustadores.

O futuro já chegou e alguma inteligência cósmica que não sabe fazer contas, teve a péssima ideia de criar prazo de validade para o viver.  

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