OLHA PRÔ CÉU JUNHO 2020



Vivemos tempos complexos e que exigem atenção contínua. A confusão parece estar sentindo-se em casa e qualquer estabilidade faz parte de um cardápio que parece extinto do nosso mundo interno e consequentemente externo. Ou vice versa. O fato é que somos naturalmente afetados por tudo o que acontece para o bem ou para o mal. E esse histórico 2020 ainda tem chão pela frente, para deixar o mais claro possível, a que veio. E não faltam deuses mestres para verificar nosso trabalho.

Tudo que vai sendo desenhado não passa em brancas nuvens, é como se o tempo todo, acontecessem coisas pontuais e importantíssimas. Aliás, não é “como se”, acontecem mesmo. E Junho não sai ileso.

O mundo emocional segue com toda a reavaliação proposta pelos assuntos de Vênus que são os relacionamentos e os nossos valores. Não apenas pela retrogradação, mas pela importante conjunção com o Sol que acontecerá no dia 03 acentuando ainda mais esse processo.

No dia 05, Lua Cheia e Eclipse Lunar questionando nossas “verdades”, referências, crenças.

Dia 18 Mercúrio começa o seu movimento de retrogradação em Câncer e será a vez dos assuntos familiares serem olhados de perto e se preciso for, ainda com o auxílio de uma lente de aumento no que se refere a nossa casa, nosso porto supostamente seguro ou assim esperamos,  comportamentos herdados e repetidos automaticamente, nossas raízes e por aí vai.

Dia 21, com o ingresso do Sol em Câncer este tema fica ainda mais acentuado, até porque teremos também o segundo eclipse do mês. Só que desta vez solar.
E aí estão também, os demais planetas que já haviam iniciado suas retrogradações. Vênus, Júpiter, Saturno, Plutão.

O fato é que Junho será marcante, inaugurando uma quase sequência de três eclipses (o terceiro em julho) que energeticamente acentuam o que ainda mal começamos a enfrentar. Covid-19, conflitos sociais, políticos, econômicos.

O universo não é anárquico. As coisas acontecem por necessidade evolutiva e existe uma inteligência maior por trás de tudo. Para mim, é o que me dá um norte e faz sentido.

 Não existe um Deus malvado sentado numa cadeira com chicote na mão julgando, apontando, sentenciando. Mas nossa inconsciência encontra becos para escapar de confrontos, esquecendo-se de que temos muito a ver com tudo isso. Pelas nossas escolhas, por sequer tentarmos compreender a raiva que move o humano e domina nossas atitudes. 

Afinal, trata-se de um cardápio indigesto, não é mesmo? 

Por nossas relações estagnadas, por buscarmos muito mais do que necessitamos materialmente e negligenciarmos o que de fato importa, por competirmos ao invés de cooperarmos, por não compreendermos a necessidade das nossas crianças, do nosso corpo, da nossa alma. Vamos levando. Até que em algum momento o caldo entorna. Ouso até dizer que o universo é bastante tolerante, assim como a natureza. Abusamos até enjoar. Não observamos nossos ressentimentos e com isso não nos damos conta de como somos conduzidos por esta energia densa e tóxica.

Mas as saídas precisam ser outras.

Com este tanto de Eclipses, que pedem por introspecção, afinal sofremos um apagão quando ele acontece e isso tem seu correspondente simbólico, somos impulsionados ao mergulho na direção dos nossos porões pessoais e ao papel que ocupamos no coletivo. Palavra-chave de 2020.

Eclipses costumam ferver emoções e situações. Há quem passe de forma mais leve por eles, outros que sentem com intensidade sua presença.

Faço parte da segunda turma, com uma precisão que gostaria de passar para a frente, confesso.  E vocês, já repararam como reagem a eles ou se conseguem localizar fatos marcantes nos dias que o antecedem e sucedem?

Mas é importante não esquecer: algo mergulha nas sombras para que outra coisa chegue através da luz da consciência.   

Temos milhares de ferramentas ao nosso dispor, porém reparem, as eficientes, são as que nos levam ao autoconhecimento. Apenas quando somos conscientes de nós mesmos, quando nos permitimos a liberdade de ser e aceitarmos as consequências de cada passo eleito é que poderemos fazer parte das transformações em que acreditamos.

Enquanto estivermos engolindo nuvens e véus, não estaremos prontos e as experiências se repetem para ganharmos estrutura que nos permita desbravar e afetar um novo estar no mundo.

Do lado de cá do rio, a ignorância dividiu o mundo em cores que não se suportam, banhou a crença de cada um com extrema intolerância, ficou cega para o fato de que todos têm direito a uma existência digna.

Ouse a travessia, do jeito que está não iremos a lugar algum, até destruirmos tudo. E obviamente, não é para isso que existimos.

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